Como as páginas de ‘fofoca’ auxiliaram a disseminação de notícias falsas
Não é novidade de que páginas da internet existem há anos, tampouco as de notícias. Obviamente, os efeitos do mundo globalizado facilitaram o compartilhamento de informações de forma veloz, alterando a forma a qual produzimos e consumimos conteúdo.
É de se esperar, porém, que esta ajuda toda em relação ao acesso ao conhecimento também ‘ajude’ que notícias falsas sejam cada vez mais disseminadas e informações verdadeiras sejam divulgadas de forma sensacionalista e irresponsável. Neste ponto, devido à pandemia da COVID-19 e a quarentena estabelecida, páginas da internet que expõem assuntos variados se tornam mais acessadas e seus conteúdos mais divulgados. Afinal, a curiosidade natural do ser humano unida com a ânsia por novidades é uma importante razão pela qual a globalização acelerou a produção de conteúdo.
O fato é que, apesar de páginas como ‘Choquei’, ‘POPTime’, entre outras, existirem desde antes do isolamento social, a quarentena possibilitou que ganhassem mais espaço — mesmo que estas não possuam o menor conhecimento jornalístico para redigir suas informações ao público, muitas vezes desrespeitando as vítimas citadas em certos assuntos.
Segundo Paulo Jerônimo de Sousa, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), para o site ‘Senado Notícias’, o negacionismo foi adotado pelo governo Bolsonaro e, de acordo com o advogado e cientista político Murillo de Aragão, veículos de comunicação auxiliaram na divulgação de conteúdos orientadores durante a pandemia, porém plataformas sociais apresentavam resistência no combate às notícias falsas. (AGÊNCIA SENADO, 2021)
Isso demonstra que, além de veículos sensacionalistas, os usuários são parte fundamental na disseminação da irresponsabilidade. Citando desta vez uma redatora do Medium:
“As notícias se tornam virais e são compartilhadas a todo momento, em todo lugar. Assim, a notícia se torna mercadoria, pois alcança seu maior objetivo: atingir o maior número de pessoas, como o consumidor desatento.” (ANTUNES, L. Globalização e o impacto nas fake news, 2018.)
Para solucionar esta banalização da irresponsabilidade, mais políticas para combater as fake news precisam ser implantadas, penalizando verdadeiramente os emissores originais e conscientizando o público sobre estes assuntos, ensinando-os a não confiar em quaisquer coisas da rede e permitindo que os produtores deste conteúdos caiam no ostracismo.
Referências:
SENADO, A. Desinformação e fake news são entraves no combate à pandemia, aponta debate. Senado Notícias, 2021. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/07/05/desinformacao-e-fake-news-sao-entrave-no-combate-a-pandemia-aponta-debate>. Acesso em: 03 de mai. 2023.
ANTUNES, L. Globalização e o impacto nas fake news. Medium, 2018. Disponível em: <https://medium.com/singular-plural/globaliza%C3%A7%C3%A3o-e-o-impacto-nas-fake-news-2c24247be920>. Acesso em: 03 de mai. 2023.