‘O Menu’ é uma repetição no melhor dos sentidos.

‘O Menu’ é um filme. Por que explicar tanto? Qual seria o sentido de atribuir significados vazios para este filme?

Talvez esse seja o ponto. O ponto que o filme deseja chegar. O ponto que o filme chega. Repetições e repetições do ambiente artístico e a forma como o enxergamos, consumimos e apreciamos. A forma como a arte é comumente elitizada repetidas vezes, onde o que é simples parece ser desconsiderado.

Talvez não seja o filme complexo que um intelectual deseja, e talvez pareça “intelectual” demais para o público geral, que apenas enxergam a sua crítica na gastronomia. ‘O Menu’ é uma crítica da arte, uma crítica sobre as críticas; algo extremamente visível em seus vários e caricatos personagens encontrados neste ambiente fascinante, mas assustador — tal como a arte. A atribuição do vazio, a desnecessária complicação para pagar de inteligente — porém sem de nada saber realmente — , visível do início ao fim do longa-metragem.

A princípio, a trama tem um claro deboche presente em todos os seus personagens, como se o filme estivesse os criticando, entretanto, sem deixar de copiar seus traços principais: elitismo. A princípio, é o que o longa parece: um elitismo sem fim. A princípio, um elitismo claro, onde parece afugentar o grande público. Tudo isso, no entanto, se prova mentira em seu ato final. Um final simples e delicioso, tal qual uma sobremesa após um prazeroso jantar. Um jantar simples, mas delicioso. Um jantar que você repetiria.

Afinal, seria o simples descartável? O complexo é sempre melhor? Este é o ponto. Alguns podem provar sem degustar; outros podem pensar muito, mas não captarem o sentido; e uma parte pode simplesmente gostar ou não gostar.

Assim como a protagonista, o espectador não se sente em casa. Ele não deveria estar ali, cercado por pessoas que parecem se esforçar para não entender, não degustar e se acharem superiores por isso. Simples não quer dizer ruim.

Então, chego à simples conclusão: ‘O Menu’ é um filme bom pra c@cete.