Tradução da Crítica de ‘Lero-Lero’ (2025)
Por: Leonardo Calado (eu preciso de um aumento)
Este filme me remete a ‘Parto Incandescente’ pela forma em que os personagens são retratados meio ao horror que vivenciam, e esta escolha é interessante por conta da reviravolta narrativa do diretor Tal Costa na cena mais impactante e enfática do longa que, quando a mídia torna-se um eufemismo de si mesma, transforma o público em um espectador ativo durante a descoberta da origem trágica do protagonista, Christie Christ (Thomas Corleone).
Além disso, a sua encenação cheia de planos holandeses eleva a jornada de Christie paralelamente à de seu arqui-inimigo Homero Gomes (Michael Stallone), o que gera uma discussão a respeito do bem e mal e suas origens religiosas; algo bem sintetizado no discurso climático do filme
Salvatore Coppola diz em seu livro ‘Cortes Cortados’ que “a chave para uma criação exótica de bom grado é a transposição do enredo em micro-pedaços alheios ao constituinte escabroso”; em termos simples: um bom desenvolvimento surge da divisão do resultado final em partes menores para melhor absorção do público. E ‘Lero-Lero’ faz isso com louvor.